O Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD) está projetando um novo telefone público que não terá apenas a função de fazer ligações telefônicas, mas permitirá acessar a internet e funcionará como um terminal multisserviços. O sistema do novo orelhão será baseado no protocolo IP, que irá transmitir voz pela internet, o que reduz o custo, e funcionará também como acess point, para o acesso remoto à web banda larga sem fio. O terminal vai funcionar como um hot spot pelo qual qualquer usuário com um computador ou smarthphone poderá navegar pela internet.O projeto, que conta com recursos do Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funtel), ainda está em fase de desenvolvimento e receberá R$ 4 milhões de investimentos. O protótipo deve estar pronto em 2011 e a previsão é que a nova tecnologia chegue ao mercado em 2012.
O novo terminal, que será um computador com uma tela de aproximadamente 10 polegadas, vai oferecer ainda um serviço de localização on-line, o chamado LBS (Location-Based Services). "Com esse serviço, é possível fazer buscas de farmácias mais próximas do usuário", cita o pesquisador da Gerência da Área de Telefonia Pública Marco Aurélio Pegoreti.
O Terminal Público IP permitirá acessar vários sites da web, mas o download de arquivos é vetado. "O aparelho terá um teclado para facilitar o acesso", explica o pesquisador. O usuário poderá fazer algumas transações eletrônicas, como recarga de aparelhos celulares e mandar mensagens de texto para equipamentos móveis. Os pesquisadores explicam que o serviço pode ser pago por meio de cartões indutivos, a mesma tecnologia desenvolvida pelo CPqD usada nos telefones públicos de hoje.
O equipamento deve ser mais robusto que uma máquina tradicional para suportar o uso constante. "Esses terminais não vão substituir todos os telefones públicos, mas serão instalados em locais de grande movimentação, como aeroportos, rodoviárias e postos de saúde, para evitar atos de vandalismos", conta.
A coordenadora do projeto e pesquisadora da Diretoria de Redes Convergentes, Elizabeth Betanho, conta que o aparelho poderá ainda ser usado como uma ferramenta de marketing. "Enquanto o aparelho não está sendo utilizado, o monitor pode divulgar publicidade", diz.
O professor do curso de Automação da Faculdade de Jaguariúna, André Mendeleck, diz que a nova tecnologia tem pontos positivos ao ampliar a cobertura wi-fi. "Quem não tem o serviço 3G no celular pode usar esses pontos de acesso a internet", comenta. Ele ressalta que o custo deve ser mais acessível.
SAIBA MAIS
Os pesquisadores do CPqD ainda estão desenvolvendo o protótipo do novo orelhão tecnológico e contam que o projeto ainda não foi apresentado às operadoras de telefonia que operam o serviço público. "Num segundo momento, antes do término do projeto, iremos consultar as operadoras para saber qual tipo de utilização elas querem disponibilizar nos terminais", comenta o pesquisador Marco Aurélio Pegoreti.
Segundo o centro de pesquisas, a tecnologia será vendida para as fabricantes de terminais públicos, que oferecem o equipamento para as operadoras de telefonia. Pegoreti conta que não há previsão de preço de comercialização do novo terminal. "Essas questões serão decididas pelas empresas que irão fabricar os terminais e vender para as operadoras", conta.
Patrícia AzevedoFonte: Correio Popular
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